domingo, 31 de outubro de 2010
E você?
Criei este blog para escrever sobre minha viagem à Europa e não para falar de política, mas hoje tem eleição no Brasil (nem sei quem ganhou, não é o que mais importa aqui) e é impossível não fazer uma comparação entre tudo o que estou vivendo (são poucos dias, mas já pude observar e absorver bastante coisa) e como é a coisa no Brasil. Por exemplo: várias diferenças saltam aos olhos nos primeiros dias em qualquer país europeu: segurança nas ruas (ausência de criminalidade, assim como das centenas de pessoas que lotearam as ruas, calçadas e sinaleiras das cidades do Brasil "pedindo" ameaçadoramente dinheiro ou outras coisas); um sistema de transporte público extremamente eficiente e barato, que leva qualquer um de um canto a outro da cidade em minutos, a qualquer hora do dia - imagine isso em Porto Alegre, às 18:30 horas; ruas limpas, um povo educado - percebi aqui algo interessante: quando o sinal de trânsito está fechado para o pedestre, ninguém atravessa a rua, independente de haver carro passando ou não. Educação, respeito. Cultura.
Mas por que isso? Por que tanta diferença? Tenho muito mais perguntas do que respostas. Agora, esta conversa de que "somos um país ainda jovem, que precisa amadurecer, uma democracia recente, enquanto a Europa, por exemplo, já tem muito mais tempo..." sinceramente não me serve mais. Eu quero e preciso de um pouco de segurança e qualidade de vida agora, não daqui a 10, 100 ou 1000 anos. Até quando o Brasil vai ser o país do futuro, como todo o potencial para ser o país do presente? Será que vamos ficar "deitados eternamente em berço esplêndido"? Já disse que tenho perguntas, e não respostas. Aliás, tenho sim, uma: a razão de estarmos como estamos não tem nada a ver com idade do país ou da democracia, mas passa por uma classe ploítica que nada na currupção e na impunidade e por um povo apático e conivente. E a solução? Esta talvez comece por uma mudança radical de consciência e atitude de cada cidadão. Atitude é fundamental, afinal, boas idéias nada significam até que sejam postas em prática. Eu, por exemplo, não estou fazendo nada para mudar o país hoje. Ou talvez, compartilhando estas ideias, esteja despertando em mais alguém o desejo de mudar. E você?
PS.: A foto acima foi tirada ontem na Marientplatz, em Munique. São aqueles "dispensadores de jornal" em que a pessoa abre, coloca uma moeda e pega seu jornal. Detalhe: para abrir não é necessário colocar a moeda, a tampa serve apenas para (deduzo eu) não molhar os jornais em caso de chuva.
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Berlim
Berlim, 27/10/10, 21 horas
O embarque (sem reserva) funcionou, peguei o trem em Copenhague, passei para um Ferry em algum ponto do trajeto e depois ainda troquei de trem em Hamburgo antes de chegar a Berlim.
A cidade impressiona logo na chegada pelo tamanho da Estação Central, Hauptbahnhof, que em deutsch deve significar "labirinto", com seus 5 andares e inúmeras saídas para metrôs, trens urbanos, ônibus, estacionamentos, pedestres, etc.
Cheguei um pouco atrasado para a agenda de shows, pelos cartazes que ainda estão colados pela cidade nos últimos dias estiveram por aqui Kings of Leon, Sistem of a Down, Shakira e Ting Tings.
Berlim também concentra boa parte das atrações históricas em áreas relativamente próximas (ou eu já estou me acostumando a caminhar quilômetros sem perceber). No primeiro dia (terça-feira) fez bastante sol, trilhei do Hostel (ao lado da Hauptbahnhof) até a East Side Gallery (ruína mais famosa do Muro de Berlim) passando pelo Portal de Brandemburgo e Alexandreplatz. Devo ter caminhado umas 7 horas, quase sem parar. A East Side Gallery - uma faixa de mais de 1 km de extensão do muro pintada por diversos artistas após a queda - é impressionante, uma verdadeira galeria de arte moderna a céu aberto. Tirei umas 20 fotos, cada pintura é mais legal que a outra.
No dia seguinte fui a dois museus interessantes (e gratuitos) o "Tophographie des Terrors" que conta a estória da ascenção e queda do Nazismo na Alemanha, da chegada de Hitler ao poder em 1933 ao bombardeio de Berlim em 1945, e o "Documentationszentrum Berliner Mauer", que faz parte da "Berlin Wall Association" e apresenta bastante material sobre o período em que o Muro esteve de pé (13-8-61 a 9-11-89) e o impacto desta inacreditável barreira de concreto no dia-a-dia dos berlinenses.
A cidade impressiona logo na chegada pelo tamanho da Estação Central, Hauptbahnhof, que em deutsch deve significar "labirinto", com seus 5 andares e inúmeras saídas para metrôs, trens urbanos, ônibus, estacionamentos, pedestres, etc.
Cheguei um pouco atrasado para a agenda de shows, pelos cartazes que ainda estão colados pela cidade nos últimos dias estiveram por aqui Kings of Leon, Sistem of a Down, Shakira e Ting Tings.
Berlim também concentra boa parte das atrações históricas em áreas relativamente próximas (ou eu já estou me acostumando a caminhar quilômetros sem perceber). No primeiro dia (terça-feira) fez bastante sol, trilhei do Hostel (ao lado da Hauptbahnhof) até a East Side Gallery (ruína mais famosa do Muro de Berlim) passando pelo Portal de Brandemburgo e Alexandreplatz. Devo ter caminhado umas 7 horas, quase sem parar. A East Side Gallery - uma faixa de mais de 1 km de extensão do muro pintada por diversos artistas após a queda - é impressionante, uma verdadeira galeria de arte moderna a céu aberto. Tirei umas 20 fotos, cada pintura é mais legal que a outra.
No dia seguinte fui a dois museus interessantes (e gratuitos) o "Tophographie des Terrors" que conta a estória da ascenção e queda do Nazismo na Alemanha, da chegada de Hitler ao poder em 1933 ao bombardeio de Berlim em 1945, e o "Documentationszentrum Berliner Mauer", que faz parte da "Berlin Wall Association" e apresenta bastante material sobre o período em que o Muro esteve de pé (13-8-61 a 9-11-89) e o impacto desta inacreditável barreira de concreto no dia-a-dia dos berlinenses.
Caminhando pelas ruas, visitando os museus e os cemitérios, observando a cidade, o sentimentimento é de que "o nazismo ainda vive e o muro ainda está de pé" na memória e na vida de muitos alemães. Por mais que se tente e se queira, não serão algumas décadas de história que irão apagar as marcas tão profundas deixadas por este movimento fascista que causou a morte de aproximadamente 25 milhões de pessoas e mudou violentamente os rumos da humanidade.
Tenho a impressão de que nestes dias em Berlim passou aquela fase do deslumbramento do "oh estou viajando sozinho pela Europa!" e caiu a ficha que "oh estou viajando sozinho pela Europa!" e ainda tenho mais 50 dias pela frente, sem meu gato, meus amigos, minha família, minha casa, sem nem mesmo alguém conhecido ou que fale minha língua para conversar. Nenhuma referência conhecida. Como estou ficando poucos dias em cada lugar, nem sequer algum tipo de vínculo eu consigo estabelecer, seja ele qual for: apenas comigo mesmo e com meu caderninho de anotações. Nada disso está fora do previsto e do esperado, foi exatamente o que eu vim buscar aqui, antes e mais do que conhecer a Europa (antes que acabe o mundo em 2012 - sabe lá), esse encontro comigo. Acontece que uma coisa é saber que vai acontecer - a outra é estar acontecendo. Acho que Berlim pode ter sido o ponto de flexão desta viagem.
Amanhã à noite vou para Munique (em um City Night Train, dormindo naqueles beliches) cidade da Oktoberfest - que já acabou -, depois Bruxelas, Bruges e no final de semana que vem reencontro meus amigos de Estocolmo em um "retiro espiritual" em Rotterdam na Holanda.
Hauptbahnhof, a Estação Central, parece mais um shopping center |
O Parlamento alemão, onde as decisões são tomadas. Nem sempre foi assim |
Duas legendas alemãs: o Portão de Brandemburgo... |
... e o Mercedes-Benz |
Aqui estudaram Einstein, Marx e os irmãos Grimm |
A catedral de Berlim |
As marcas vivas da guerra |
Alexanderplatz, centro do lado oriental de Berlim |
East Side Gallery, declarada patrimônio da humanidade em 1992 |
106 pinturas de artistas de todo o mundo celebram a paz e a liberdade |
www.eastsidegallery.com |
O museu fica na área onde se localizava o centro de operações da Gestapo e da SS |
Cronologia de como Hitler e seus seguidores puseram em prática suas idéias macabras e insanas |
O Memorial ao Muro de Berlim: lembrar para não repetir |
Museu de Ciências Naturais de Berlim |
Olhem que estava em Berlim! |
sábado, 23 de outubro de 2010
Copenhague
O indefectível Hard Rock Café, sempre presente em todas as grandes cidades. |
O Tívoli está com diversas atividades temáticas do Dia das Bruxas |
Copenhague em uma palavra: bicicletas |
Botanish Have: o Jardim Botânico |
Com uma linha sucessória ininterrupta de 50 reis e duas rainhas, a Dinarmarca é a monarquia mais antiga do mundo |
O cartão postal de Copenhague |
A cidade vista de cima e de dia... |
"Onde eu deixei meu creme de barbear?" |
Festa no Hostel esquentou os ânimos no sábado
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Estocolmo
Estocolmo, 21/10/10, quinta-feira, 23:00.
Exceto pelo atraso de uma hora no vôo de Faro para Estocolmo, toda a logística de deslocamento Portugal/Suécia foi perfeita. Táxis, ônibus, metrôs, trem, avião, dois dias seguidos acordando antes do sol nascer: em pouco mais de 24 horas havia saído da Cidade do Porto e já estava aterrisando no outro extremo da Europa.
Cheguei no aeroporto de Skavsta com uma temperatura de aproximadamente 5 graus, ou seja, uns 20 a menos do que estava fazendo em Portugal: antes do cultural ou idiomático, que viriam depois, o primeiro choque foi térmico.
Estocolmo é uma cidade incrivelmente arborizada (há políticas públicas neste sentido), o que lhe confere uma beleza toda especial no outono.
A cidade é na verdade uma espécie de arquipélago, são ao todo 14 ilhas, sendo que a Gamla Stan é a mais famosa, onde está o "centro antigo".
Fiz bastante amigos aqui e embora o tempo esteja frio e chuvoso (hoje fez 2 graus), fizemos bons passeios, conheci muitos restaurantes, cafés mas principalmente o carinho e a receptividade dos suecos. Além, claro, de algumas das mulheres mais bonitas que já vi até hoje.
Estou ficando com Uffe e Jill, casal que me foi "apresentado" por uma amiga de um amigo (valeu Michel!), eles vivem em uma casa muito bacana, mas o mais legal é a cidade, se é que dá para chamar assim, é quase um bairro afastado (45 min de carro) de Estocolmo, chamado Valeentuna, quieto, tranquilo, bastante natureza, algo como alguns desses nossos condomínios fechados tentam - tentam - reproduzir. A casa tem Budas por todos os lados, incensos queimando e quando se entra se tira o sapato. Nos três meses do inverno rigoroso eles vão para a Índia meditar e pegar sol. Uffe disse que até gostaria de ir para o Brasil, mas o que sabe daí é que é um lugar onde "they kill for nothing".
Bom voto a todos dia 31.
Exceto pelo atraso de uma hora no vôo de Faro para Estocolmo, toda a logística de deslocamento Portugal/Suécia foi perfeita. Táxis, ônibus, metrôs, trem, avião, dois dias seguidos acordando antes do sol nascer: em pouco mais de 24 horas havia saído da Cidade do Porto e já estava aterrisando no outro extremo da Europa.
Cheguei no aeroporto de Skavsta com uma temperatura de aproximadamente 5 graus, ou seja, uns 20 a menos do que estava fazendo em Portugal: antes do cultural ou idiomático, que viriam depois, o primeiro choque foi térmico.
Estocolmo é uma cidade incrivelmente arborizada (há políticas públicas neste sentido), o que lhe confere uma beleza toda especial no outono.
A cidade é na verdade uma espécie de arquipélago, são ao todo 14 ilhas, sendo que a Gamla Stan é a mais famosa, onde está o "centro antigo".
Fiz bastante amigos aqui e embora o tempo esteja frio e chuvoso (hoje fez 2 graus), fizemos bons passeios, conheci muitos restaurantes, cafés mas principalmente o carinho e a receptividade dos suecos. Além, claro, de algumas das mulheres mais bonitas que já vi até hoje.
Estou ficando com Uffe e Jill, casal que me foi "apresentado" por uma amiga de um amigo (valeu Michel!), eles vivem em uma casa muito bacana, mas o mais legal é a cidade, se é que dá para chamar assim, é quase um bairro afastado (45 min de carro) de Estocolmo, chamado Valeentuna, quieto, tranquilo, bastante natureza, algo como alguns desses nossos condomínios fechados tentam - tentam - reproduzir. A casa tem Budas por todos os lados, incensos queimando e quando se entra se tira o sapato. Nos três meses do inverno rigoroso eles vão para a Índia meditar e pegar sol. Uffe disse que até gostaria de ir para o Brasil, mas o que sabe daí é que é um lugar onde "they kill for nothing".
Bom voto a todos dia 31.
Trajeto entre Valeentuna e Estocolmo |
Típico prédio do centro da cidade |
A Guarda do Castelo Real |
O Castelo Real: a Rainha é filha de brasileira e foi criada no Brasil |
National Museum: desde 1792 |
Igreja no centro de Estocolmo |
Stadshuset: aqui são entregues os Prêmios Nobel em dezembro |
Vasamusset: o museu mais visitado da Escandinávia e um dos mais curiosos do mundo |
Em 1628, o Vasa partiu para sua viagem inaugural, afundando menos de 1 km depois. Após 333 anos no fundo do mar, foi resgatado, restaurado e exposto |
Sueco básico para principiantes
|
Não é uma igreja, é um centro de eventos: "Power of Fashion" |
Outono em Estocolmo |
Stockholm vänner (amigos de Estocolmo) |
Casa de bonecas? Pelo que eu vi aqui, moradoras não iriam faltar... |
Valeentuna: almost heaven |
Fim de papo: Deus é Sueco |
Museu de Ciências Naturais |
A RSG do Grupo Väsby: reunião de área |
Os Vikings não foram completamente extintos! |
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