sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Roma




Roma, 25/11/10, quinta-feira, 22:00 horas

Tive algum contratempo na saída de Veneza devido à "maré alta" que se enconta a cidade. O vaporetto que fazia o trajeto do Hostel para a Estação estava fora de circulação, precisei pegar outro para uma área bem afastada e de lá pegar um ônibus até a "Ferrovia". Se eu não tivesse deixado o albergue com bastante  antecedência talvez tivesse perdido o trem para Roma.

Cheguei em Roma e me hospedei em um albergue bem bom, uma dos mais legais que fiquei até agora, perde apenas para o de Munique (http://www.euro-youth-hotel.de/de/munich/), acho difícil achar um lugar mais bacana até o fim da viagem.

No dia seguinte peguei o mapa da cidade e comecei a andar atrás das praças, igrejas, monumentos, obeliscos e outros pontos interessantes de Roma. Como leitor de Dan Brown (o livro mais interessante que li nos últimos tempos foi "Anjos e Demônios", ambientado no Vaticano e nas ruas e praças da capital italiana), me senti o próprio Robert Langdon correndo contra o tempo em busca do segredo dos Illuminatti. Acho que sensação igual sou vou ter quando visitar o número 222 da Baker Street, em Londres!

Gostos literários à parte, Roma tem um peso histórico inegável, quem se revela a todo momento, e não apenas em seus imensos monumentos ou suas ancestrais ruínas, mas em aspectos triviais do cotidiano, como por exemplo, o fato de o trânsito infernal da cidade ter origem em sua excassa rede de metrô (apenas duas linhas), uma vez que sempre que se tenta escavar alguma área da cidade se embarra em novas descobertas arqueológicas.

Precisei de bastante tempo (4 dias) e ainda assim sobrou ponto no mapa a ser visto. O Coliseu foi o que mais me impressionou, o Vaticano o que mais me chocou. Em respeito às convicções religiosas de cada um e para evitar controvérsias não vou entrar em detalhes nem dar minha opinião sobre o que vi neste local que é a sede da Igreja Católica, mas acredito que se o Jesus de que fala esta Igreja for o mesmo que teria dito que "é mais fácil um camelo entrar pelo orifício de uma agulha que um rico entrar no Reino de Deus", alguma coisa  não ficou muito bem entendida, ou por mim ou pela Igreja. 

Amanhã pego um trem pego para Brindisi, na costa sudeste da Itália, de onde embarco em um Ferry Boat para a Grécia, devendo chegar em Athenas no sábado, ou seja, mais de 24 horas de viagem.



A Piazza de Popolo: o obelisco central tem "apenas" 3.000 anos e veio do Egito
Duas igrejas iguais: não é efeito visual nem ilusão de ótica, é Roma
A Fontana di Trevi é uma das principais atrações turísticas daqui
Spaghetti à carbonara: o da minha mãe é melhor
Pinturas de Andrea Pozzo na Igreja Sant'Ignazio di Loyola: terceira dimensão?

O Pantheon era um templo religioso da Roma antiga
Seu nome significa "de todos os Deuses"

A Piazza Navonna, com a Embaixada Brasileira ao fundo
A Associação Gatti di Roma funciona no Largo di Torre Argentina e recolhe gatos abandonados na capital italiana
Prédios históricos por todos os lados: Roma
O centro da cidade
O Coliseu foi finalizado em um tempo extremamente curto (dez anos) e foi projetado por arquitetos que se mantiveram anônimos
Foi utilizado durante aproximadamente 500 anos (entre os  séculos I e VI) como cenário de batalhas entre gladiadores
Os cristãos (cristianos) eram as principais vítimas da violência e perseguição dos romanos (socorro!)
Deu um trabalho ajeitar essas pedras para bater essa foto...
O Arco de Constantino, ao lado do Coliseu, erguido em homenagem ao grande Imperador

O monte do Palatino: segundo a lenda, aqui foi edificada a cidade de Romulo, que deu origem a Roma
O Templo de Vênus e Roma: visitação foi reaberta recentemente
As ruínas do Fórum Romano
Este era um local de
convívio e comércio entre o povo
Bemvindo ao inferno: o trânsito, a qualquer hora do dia
Estádio Olímpico, do Roma: um colorado já foi rei aqui
O Vaticano: o menor Estado do mundo
A grandiosidade da
Basílica de São Pedro
De São Pedro a João Paulo II, todos os Papas da História
Tombe dei Papi: aqui está a tumba de vários Papas. Uma multidão rezava em frente à de João Paulo II


A Guarda Suíça: sem comentários
O interior dos Museus do Vaticano
Obras gigantescas

As pinturas de Rafael são um show à parte

Rafael, no detalhe

O altar da Capela Sistina: ao fundo, "Giudizio Universale", de Michelangelo 

O teto da Capela: bem ao centro a famosa imagem dos dedos de Deus e do homem se tocando

Ops... sorry Pope! :-)

domingo, 21 de novembro de 2010

Veneza

Veneza, 22/11/10, segunda-feira, 00:20 horas

A viagem de Budapeste para Veneza foi a mais tensa até aqui. Para chegar da Hungria a Itália o trem passou pela Croácia e Eslovênia, e não sei exatamente o porquê mas o funcionário do trem veio me avisar (eu era o único passageiro do vagão) que talvez "pudéssemos ter problemas com a polícia de fronteira destes países", e quando eu perguntei que tipo de problemas, a resposta foi simplesmente que "talvez eu tivesse que descer do trem". Detalhe: a viagem era noturna outra vez, das cinco da tarde às oito do outro dia e a passagem nas fronteiras seria durante a madrugada. Nas duas vezes passei bastante trabalho: perguntas e mais perguntas, bagagens e cabine revistadas, passaporte conferido com equipamentos especiais, mas no fim deu tudo certo.

Cheguei em Veneza no início da manhã. Já na saída da estação se tem uma idéia do que o viajante vai encontrar pela frente. A cidade é simplesmente inexplicável, me faltam palavras para descrever. Com certeza a mais fascinante que conheci até agora. Toda a expectativa que criei a respeito de Bruges, confesso, boa parte dela frustrada em função do aspecto demasiado "comercial" da cidade foi correspondida e até mesmo superada - apesar da chuva no segundo dia - por Veneza. Ao contrário de Bruges, em Veneza as casas são "mal-cuidadas", as paredes descascadas, o colorido é casual, e nunca forçado, e este é justamente o seu "charme". Além, é claro, do fato de não entrar carros na cidade; se anda a pé - e somente a pé -, ou se tangencia sua área por seus inúmeros canais, de lancha, nos "vaporettos" (transporte coletivo) ou nas famosas gôndolas.

Outro fato interessante (e engraçado) é a incrível e inusitada estrutura da malha urbana de Veneza. Diferente do que pensa a maioria, eu acho que esta cidade é justamente a única em que um mapa torna-se totalmente dispensável, tamanha a quantidade (parece infinita) de becos, ruelas, "campos", pontes, e canais - um verdadeiro labirinto. Não tem GPS que ajude! A sensação que se tem, ao se observar os turistas andando para lá e para cá - com ou sem mapa -, é de que 80% estão perdidos. E detalhe: os perdidos são os que parecem estar se divertindo mais!

Enfim, Veneza é tudo isso e muito mais, com certeza uma das cidades mais bonitas do mundo, dentro de toda sua simplicidade. Como disse Marcel Proust: "Quando eu cheguei a Veneza, descobri que meu sonho havia se tornado - inacreditavelmente, mas simplesmente - meu endereço."


Na chegada em Veneza, de Vaporetto indo para o Hostel


O sol nascendo em Veneza: qualquer paisagem vira um quadro

As tradicionais gôndolas: até 80 euros por um passeio pelos canais

"Campanile" (O campanário): 99 metros de altura e a melhor vista da cidade

Basilica di San Marco, datada do século IX: forte influência bizantina 

O Canale Grande, principal eixo de acesso 

Spaghetti à Bolonhesa: o original!

Show de luzes nos canais ao anoitecer

Sabe aquelas chapas de mandeira das janelas chamadas "venezianas"?

A Bienal de arte moderna de Veneza, a mais conceituada do mundo, acabava hoje

A beleza elegante das mulheres italianas

Os pés não aparecem porque estão embaixo d'água


A pequena Aurora não tem medo da chuva

Como turistas (turistas, não mochileiros!) são exagerados... 

Santa Maria de la Salute: duas missas ao mesmo tempo

A Piazza San Marco, vista de dentro do vaporetto: uma das mais famosas da Europa

Hard Rock Venice - keep coming back!