Veneza, 22/11/10, segunda-feira, 00:20 horas
A viagem de Budapeste para Veneza foi a mais tensa até aqui. Para chegar da Hungria a Itália o trem passou pela Croácia e Eslovênia, e não sei exatamente o porquê mas o funcionário do trem veio me avisar (eu era o único passageiro do vagão) que talvez "pudéssemos ter problemas com a polícia de fronteira destes países", e quando eu perguntei que tipo de problemas, a resposta foi simplesmente que "talvez eu tivesse que descer do trem". Detalhe: a viagem era noturna outra vez, das cinco da tarde às oito do outro dia e a passagem nas fronteiras seria durante a madrugada. Nas duas vezes passei bastante trabalho: perguntas e mais perguntas, bagagens e cabine revistadas, passaporte conferido com equipamentos especiais, mas no fim deu tudo certo.
Cheguei em Veneza no início da manhã. Já na saída da estação se tem uma idéia do que o viajante vai encontrar pela frente. A cidade é simplesmente inexplicável, me faltam palavras para descrever. Com certeza a mais fascinante que conheci até agora. Toda a expectativa que criei a respeito de Bruges, confesso, boa parte dela frustrada em função do aspecto demasiado "comercial" da cidade foi correspondida e até mesmo superada - apesar da chuva no segundo dia - por Veneza. Ao contrário de Bruges, em Veneza as casas são "mal-cuidadas", as paredes descascadas, o colorido é casual, e nunca forçado, e este é justamente o seu "charme". Além, é claro, do fato de não entrar carros na cidade; se anda a pé - e somente a pé -, ou se tangencia sua área por seus inúmeros canais, de lancha, nos "vaporettos" (transporte coletivo) ou nas famosas gôndolas.
Outro fato interessante (e engraçado) é a incrível e inusitada estrutura da malha urbana de Veneza. Diferente do que pensa a maioria, eu acho que esta cidade é justamente a única em que um mapa torna-se totalmente dispensável, tamanha a quantidade (parece infinita) de becos, ruelas, "campos", pontes, e canais - um verdadeiro labirinto. Não tem GPS que ajude! A sensação que se tem, ao se observar os turistas andando para lá e para cá - com ou sem mapa -, é de que 80% estão perdidos. E detalhe: os perdidos são os que parecem estar se divertindo mais!
Enfim, Veneza é tudo isso e muito mais, com certeza uma das cidades mais bonitas do mundo, dentro de toda sua simplicidade. Como disse Marcel Proust: "Quando eu cheguei a Veneza, descobri que meu sonho havia se tornado - inacreditavelmente, mas simplesmente - meu endereço."
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Na chegada em Veneza, de Vaporetto indo para o Hostel |
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O sol nascendo em Veneza: qualquer paisagem vira um quadro |
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As tradicionais gôndolas: até 80 euros por um passeio pelos canais |
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"Campanile" (O campanário): 99 metros de altura e a melhor vista da cidade |
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Basilica di San Marco, datada do século IX: forte influência bizantina |
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O Canale Grande, principal eixo de acesso |
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Spaghetti à Bolonhesa: o original! |
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Show de luzes nos canais ao anoitecer |
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Sabe aquelas chapas de mandeira das janelas chamadas "venezianas"? |
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A Bienal de arte moderna de Veneza, a mais conceituada do mundo, acabava hoje |
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A beleza elegante das mulheres italianas |
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Os pés não aparecem porque estão embaixo d'água |
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A pequena Aurora não tem medo da chuva |
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Como turistas (turistas, não mochileiros!) são exagerados... |
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Santa Maria de la Salute: duas missas ao mesmo tempo |
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A Piazza San Marco, vista de dentro do vaporetto: uma das mais famosas da Europa |
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Hard Rock Venice - keep coming back! |